sexta-feira, 10 de julho de 2009

O que tocar?

Acho que um dos pontos mais importantes em qualquer tipo de estudo seja a definição dos objetivos. Pode parecer uma coisa óbvia, mas no meu caso demorei para me dar conta disso. No início de 2006 resolvi retomar as aulas de trombone, para ver se um pouco de orientação poderia ajudar no meu desenvolvimento como trombonista. Em uma das primeiras aulas o professor Donizete Fonseca me fez uma pergunta – “O que você quer tocar?”
Na época não me dei conta da importância de tal pergunta, mas hoje acredito que a resposta a ela seja um ponto crucial no trajeto do desenvolvimento musical.
O que você quer tocar?
Nunca havia precisado responder esta pergunta, sempre fui guiado pela música, na época de bandas marciais e das orquestras, quem definia o repertório era o maestro. Nas bandas, em geral se segue a proposta musical da banda e as decisões são tomadas na forma de um consenso coletivo, analisando o instrumental disponível, os gostos individuais e até mesmo as limitações dos músicos envolvidos.
Operar o trombone conforme a música é uma opção, mas acredito que fazer a música tocar conforme o trombone seja um passo além, um passo que em curto prazo pode até parecer bastante utópico, mas que em médio prazo já começa a surtir resultados.
Mostrar para os outros o seu som, o som que você quer tocar, faz com que as pessoas ao seu redor tenham você como referência. Se uma pessoa se interessa por um estilo, toca este estilo, freqüenta lugar onde seu ouve este estilo… Seus vínculos com este estilo inevitavelmente se estreitam e o ciclo se fecha quando o músico já não precisa mais ir até a música, pois a música já vem até ele.
É a formação de sua personalidade musical.
Executar uma música existente é um ato de reprodução, um ato frio, quase que mecânico se considerarmos a visão de que a música é composta por notas e pausas.
Tocar com personalidade é o que faz a diferença, é o que dá sentimento e intenção à música, é o que faz única a performance de um músico e é o que dá sentido ao ato de ser músico.
Cabe aqui uma dica de um site que tenho como referência quando me pego pensando em “O que tocar”. Agenda do Samba & Choro, muitas discussões interessantes e um grande acervo de partituras disponíveis para download gratuito.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

A melhor hora para se trocar de instrumento


Como estudante de música, tenho me perguntado muito freqüentemente qual será a melhor hora para se trocar de instrumento.
Iniciei meus estudos tocando em banda, instrumento emprestado. Quando tinha uns quinze anos, meu pai resolveu acreditar no meu interesse pela música e investir em um instrumento melhor. Um Trombone Conn Director 18H, usado, mas em perfeito estado, que é o instrumento que uso até hoje, quase vinte anos depois. A diferença foi evidente, mas nesse caso considero que a comparação seja covardia. Não se chuta cachorro morto...
No final do ano passado iniciei uma busca, tentando me convencer de que a troca de instrumento seria um novo boom na evolução dos meus estudos, então resolvi sair por aí testando algumas opções de mercado. Procurei em lojas e até visitei a fábrica da Weril (www.weril.com.br), onde pude testar os instrumentos da nova linha P. Wengrill, mas até agora não encontrei um bom motivo para trocar de instrumento. Nenhum instrumento soprado me trouxe o tão esperado sentimento de "Que Diferença!".
Gostaria aqui de abrir um espaço para tal discussão e ouvir a opinião de outros músicos.
Será que a troca de instrumento está mais relacionada a fatores do tipo "cheiro de novo" ou "dizem que essa marca é melhor" ou "é mais brilhante"?
Quais seriam os fatores de maior relevância a se considerar na busca de um novo instrumento?
Sabemos que para instrumentos de madeira, a idade é um fator muito valorizado. Será que posso aplicar essa idéia também aos metais?